Novas tarifas globais dos Estados Unidos entram em vigor. Bolsas sobem com isenções a companhias que produzem nos EUA e expectativa de reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin. Minerva eleva estoque americano e Suzano reduz produção por conta das taxas. Petrobras divulga balanço após fechamento. Senado convoca sessão semipresencial em meio a protestos de parlamentares contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Tesouro oferta prefixados. Veja os destaques:

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Putin-Trump impulsiona bolsas

Vladimir Putin e Donald Trump em 2019. Photographer: Brendan Smialowski/AFP/Getty Images

As bolsas globais avançam com a confirmação pelo governo russo de uma reunião entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump para negociações nos próximos dias. O encontro reforça as expectativas de uma trégua na guerra da Rússia com a Ucrânia, o que levou o petróleo a reduzir a alta num primeiro momento diante do menor risco para o suprimento do produto, mas o preço do barril retomou os ganhos em seguida. Já o minério de ferro opera de lado com a aceleração inesperada das exportações da China no mês passado, apesar da redução do comércio com os EUA, em contraponto ao aumento da oferta do Brasil. No mercado de moedas, o índice dólar cai pelo quinto dia, a maior sequência em quase quatro meses, ainda refletindo as apostas em cortes de juros do Federal Reserve. Banco da Inglaterra reduz juro para 4%. Agenda nos EUA destaca dado de seguro-desemprego, após payroll fraco na semana passada, oferta do Tesouro e fala do dirigente do Fed Raphael Bostic. No Brasil, agenda também traz leilão de títulos prefixados. O diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, participa às 14:00 de evento aberto.

Entrada em vigor das tarifas

As novas tarifas dos EUA entraram em vigor oficialmente nesta quinta-feira, enquanto Donald Trump avança com sua iniciativa de reformular o comércio global. A tarifa média dos EUA subiu para 15,2%, de acordo com estimativas da Bloomberg Economics, bem acima dos 2,3% no ano passado e no nível mais alto desde a Segunda Guerra Mundial. Após uma série de negociações turbulentas, a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul aceitaram impostos de 15% sobre seus produtos, incluindo exportações importantes, como automóveis. Outros países receberam taxas variando de 10% a valores muito mais altos. No caso do Brasil, onde a taxação entrou em vigor um dia antes, a tarifa foi de 50%, mas com muitas isenções. Trump também anunciou que empresas que produzem bens nos EUA, como a Apple, podem ter isenções das tarifa de 100% sobre semicondutores.

Tensão no Congresso; Bolsonaro

Após reunião com lideranças, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que haverá sessão semipresencial do Senado nesta quinta-feira para análise de propostas que ainda não puderam ser votadas devido à obstrução da oposição na Câmara e no Senado, como o projeto que mantém a isenção do imposto de renda para quem ganha até dois salários mínimos. “Não aceitarei intimidações”, afirmou o presidente do Congresso, segundo a Agência Senado. Já o presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que a oposição tem o direito de se manifestar, mas obedecendo o Regimento e a Constituição, segundo o site da casa. A oposição protesta contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e exige a votação da anistia a manifestantes e do impeachment de Alexandre de Moraes. A defesa do ex-presidente recorreu ontem contra a prisão domiciliar.

Minerva, Suzano

A Minerva aumentou os estoques de carne bovina nos EUA antes da entrada em vigor das tarifas de 50%. A empresa afirmou que pode acessar o mercado americano a partir de operações no Paraguai, Uruguai e Argentina, sujeitos a taxas mais baixas. A Suzano vai cortar em 3,5%, ou 450.000 toneladas, a produção de celulose nos próximos 12 meses. A decisão ocorre depois que as negociações com clientes na China, seu maior mercado, foram afetadas pela incerteza sobre as tarifas. A companhia registrou Ebitda ajustado acima das estimativas e elevou a previsão de capex para o ano.

Petrobras
 

Tanques de armazenamento próximos à refinaria Reduc da Petrobras, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro Photographer: Dado Galdieri/Bloomberg

A Petrobras divulga balanço do segundo trimestre após o fechamento e o aumento da produção no período deve contribuir para os resultados da empresa, apesar de possível impacto trimestral negativo com flutuações nos preços do Brent, segundo analistas. A estimativa para Ebitda ajustado é de R$ 56,94 bilhões e mercado espera anúncio de cerca de US$ 2 bilhões em dividendos. Ainda no cenário corporativo, a Eletrobras reportou prejuízo líquido de R$ 1,33 bilhão no segundo trimestre ante R$ 1,74 bilhão na comparação anual. O conselho da companhia aprovou o pagamento de R$ 4 bilhões em dividendos intermediários.

O que estamos lendo

Tarifas de Trump entram em vigor e testam economia global
 

Donald Trump  Photographer: Bonnie Cash/UPI

As novas tarifas abrangentes do presidente americano Donald Trump entraram em vigor oficialmente nesta quinta-feira, o que marca mais um avanço da turbulenta iniciativa de Trump de reformular o comércio global.

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